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A Casa da Magnólia é vizinha da Casa dos Condes de Santar e Magalhães.
Propriedade da família Pinto Portugal, deve o seu nome à sua penúltima proprietária, Maria Adelaide Portugal, que assim pretendeu homenagear a duplamente centenária magnólia existente no jardim.
Atualmente, para além da imponente magnólia, no jardim da casa existem inúmeras cameleiras, um tanque de granito e um poço. Contiguamente, numa área que foi de cultivo, existe uma nova vinha jardim bordeada a buxo.
As carreiras levam-nos a percorrer o jardim e a admirar a paisagem com a Serra da Estrela ao fundo. Deste último patamar pode aceder-se ao jardim da Casa dos Condes de Santar e Magalhães mediante uma escada coberta de jasmim, também esta construída no âmbito do projeto Santar Vila Jardim.
Por doação de D. Lopo da Cunha – o último desta família a residir em Santar – foi levantada em 1637 a igreja da Misericórdia, cujo jardim é um verdadeiro belvedere sobre um jardim de vinhas avistando, na paisagem, as cumeadas da Serra da Estrela. Figuram ainda neste espaço algumas árvores notáveis e outras espécies vegetais, tais como uma araucária araucana, uma criptoméria, abetos, ciprestes e cameleiras.
Ao fundo do jardim ergue-se um singular cruzeiro alpendrado, de planta quadrada, com colunas toscanas sobre altos plintos, que abriga uma imagem de Cristo crucificado.
A quinta das Fidalgas, no tempo atual, quinta do Valverde Santar Hotel & Spa é toda cercada por muros, com uma área aproximada de 6 hectares. O acesso é feito através de um largo com uma imponente fonte barroca, datada de 1789, conhecida como Fonte da Torre, toponímia alusiva à existência de uma antiga torre medieval senhorial. A casa foi mandada construir no séc. XVII por Domingos de Sampaio do Amaral, por ocasião do casamento de sua filha D. Joana de Sampaio com João de Almeida Castelo Branco. Foi passando de geração em geração até que, em 1975, Pedro Brum da Silveira Pinto a doou ao representante da Casa Real Portuguesa, D. Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança, e ao seu irmão, D. Miguel de Bragança, Duque de Viseu. Hoje, encontra-se convertida num boutique hotel de luxo.
Entrando pelo portão ao fundo do largo da fonte, temos acesso a uma enorme alameda com exemplares notáveis de carvalhos americanos, liquidâmbares, sobreiros, sequoias, castanheiros da Índia, cedros e falsos plátanos. Para o lado esquerdo do portão, o terreiro conduz-nos, à zona de jardins, hortas e pomares, desenvolvida lateralmente à casa principal, em terreno de suave declive, com arruamentos de buxo talhado.
O jardim desenvolve-se em patamares, com acessos por escadas nos muros, marcado por um grande arruamento, coberto parcialmente por uma estonteante pérgula de roseiras, que passa junto a dois enormes tanques, cuja água desce por gravidade. Junto à casa, corrida por uma extensa varanda alpendrada, surge um jardim formal com lago central e canteiros de buxo, pontuado por inúmeras espécies, como teixos, lagerstroemia e camélias. Os campos da quinta a poente, atravessados pela alameda, são hoje uma imensa vinha plantada e projetada por Fernando Caruncho e Pedro de Vasconcellos e Souza no âmbito do projeto Santar Vila Jardim. No ponto mais alto, foi construído um quiosque panorâmico de onde, no primeiro plano, avistamos a nova vinha em onda, com o Valverde Santar Hotel & Spa e a vila em segundo plano, para Sul, uma imensa planura beirã aos pés da Serra da Estrela, a servir-nos de moldura.
Situada no coração da vila de Santar, a Casa dos Linhares é um bom exemplar de casa beirã urbana com passado agrícola. A casa e a quinta que lhe está associada remontam possivelmente ao início do século XIX, tendo toda a propriedade sido adquirida no ano de 1900, por Manuel Joaquim dos Santos, bisavô paterno dos atuais proprietários. A sua filha Maria Celeste, que casou com António Ibérico Nogueira, em 1914, recebeu-a como presente de casamento. Francisco Ibérico Nogueira, distinto médico e professor da Universidade de Coimbra, casado com Maria Emília Osório do Amaral e Sousa Pinto da Cunha Mora, herda esta propriedade, na qual introduz várias melhorias na década de 1960 e, novamente, na década de 1980. Após a sua morte, em 2009, a propriedade de raiz da Casa dos Linhares é herdada pelo seu filho João, passando o respetivo usufruto a ser partilhado por ele e vários dos seus irmãos. A partir do pátio atrás da casa, tem-se uma imensa vista quer sobre as novas hortas e vinhas instaladas no âmbito do projeto Santar Vila Jardim, quer sobre a Casa dos Condes de Santar e Magalhães, com a Serra da Estrela ao fundo. O percurso que nos é oferecido inicia-se nos Linhares, pertencente e fronteiro à Casa dos Condes de Santar e Magalhães.
O Jardim dos Linhares Ibérico Nogueira situa-se numa cota mais elevada, em suave declive, com cerca de 8500 m2, sendo composto por pomares, hortas, plantas aromáticas, cosmos e papoilas, confinados por videiras, onde se promove a agricultura biológica e comunitária, sendo o cultivo da responsabilidade de alguns santarenses. Uma pérgula de glicínias, em estrutura de granito e ferro, foi construída para unir este jardim e o Jardim dos Linhares Santar e Magalhães a sul e assim permitir a circulação dos visitantes e utilizadores das hortas.
A Horta de Santar Vila Jardim, contígua aos jardins dos Linhares Santar e Magalhães, idealizada pelo Arq. Paisagista Fernando Caruncho, é um espaço que nos remete para a conjugação harmoniosa das culturas agrícolas tradicionais com culturas recentemente introduzidas na culinária portuguesa e mais contemporâneas, em que a vinha se faz sempre presente estabelecendo a ligação entre elas. Este espaço, que ocupa na sua totalidade aproximadamente 0,6ha, é constituído por vinte parcelas com temáticas de horta, pomar e plantas aromáticas culinárias. Todas as parcelas são bordeadas por vinha. Numa perspetiva de inclusão dos habitantes da localidade neste projeto, foram atribuídas quatro parcelas a famílias locais que, sob orientação do Engenheiro agrónomo José Pedro Fernandes, praticam agricultura tradicional em moldes biológicos nessas mesmas parcelas. O pomar é constituído por cinco parcelas distintas: uma com pomodeias – macieiras e pereiras, uma com prunoideias – ameixeiras e damasqueiros, outra com romanzeiras, uma quarta com frutos vermelhos, nomeadamente mirtilos e groselheiras e uma quinta com citrinos. A temática horta ocupa dez parcelas, cinco destinadas a hortícolas anuais e as restantes cinco destinadas a hortícolas permanentes. No que respeita às hortícolas anuais privilegiam-se as variedades regionais. De entre as culturas permanentes podemos encontrar espargos, alcachofras, morangueiros, entre outras. As plantas aromáticas culinárias, hoje em dia indispensáveis, estão distribuídas numa parcela, permitindo-nos usufruir de uma explosão de aromas que nos remetem para um ambiente quente mediterrâneo. De entre outras, poderemos experienciar os aromas do tomilho, orégão, manjerona, segurelha e cebolinho.
O jardim da Casa dos Condes de Santar e Magalhães é datado do século XVII e XVIII, com remodelações nos séculos XIX e XX. Numa primeira fase, inspirou-se no modelo clássico devido às raízes italianas da família, Génova. Estas características são relevantes e podemos observá-las:
– A regularidade, proporção e geometria que concetualizam o espaço;
– A loggia, varanda, como um espaço de repouso e contemplação, sustentada por colunas toscanas, mas ao invés de frescos é enobrecida por azulejos do século XVIII;
– Estreita relação entre o edificado e o jardim, pois a balaustrada prolonga-se até ao quarto patamar, demonstrando que a sala de estar é todo este espaço;
– A água, a topiária e os caramanchões preponderantes;
– A estatuária dos deuses pagãos passa a ter um novo habitat, a redescoberta da antiguidade clássica.
A esta base acrescentou-se, posteriormente, um parterre de buxo com todo o tipo de rosas com uma forte componente cénica no primeiro e terceiro patamares, uma alameda de camélias contornada por hortenses, caramanchões de glicínias e rosinhas de Santa Teresinha, azulejos fortemente marcados pela volumetria da Fonte dos Cavalos, tanque e lago em elipse, compondo todo este conjunto um aparato cénico de expressão barroca. Porém, o jardim mantém os traços de quinta de recreio portuguesa, um jardim versátil, tanto de recreio como utilitário, com as vinhas enquadradas nos buxos, outrora hortas. Contrariamente ao norte da Europa em que o jardim é uma expressão artística, em Portugal o jardim assume sempre uma relação utilitária.
Não nos podemos esquecer de outros elementos de estilo: o muro, o jardim murado, de influência medieval, intimista; o alegrete, que é um canteiro murete intervalado por namoradeiras/conversadeiras que separam muitas vezes o jardim de lazer do utilitário; o azulejo, tão representativo nas nossas casas e jardins, de forte cariz identitário. No século XX foram relevantes os cuidados de manutenção e preservação realizados por José Luís D’Andrade de Vasconcellos e Souza, Marquês de Santa Iria, Maria Teresa Lancastre de Mello, Condessa de Santar e Magalhães, e pelo filho mais novo de ambos, Pedro Paulo de Vasconcellos e Souza, atualmente Conde de Magalhães, que idealizou também as plantações de roseiras e vinha do terceiro e quarto patamar. Encostada à casa, uma alameda de limoeiros perfuma o ar que oferece os seus frutos para consumo interno.